quinta-feira, 28 de julho de 2011

ALIMENTAÇÃO INFANTIL - A PARTIR DOS DOIS ANOS DE IDADE

A alimentação na infância é importante para satisfazer as necessidades nutricionais e também contribui para a educação infantil. Nesta fase irá promover a mastigação, deglutição e o contato com novos sabores e texturas.
As crianças com dois e três anos de idade apresentam maior estabilidade no crescimento devido à diminuição da velocidade de ganho de peso e estatura, fazendo com que o apetite diminua. Portanto, suas necessidades nutricionais também diminuem em relação ao primeiro ano de vida (fase de crescimento muito acelerado).
O apetite da criança a partir dos dois anos é irregular e pode variar de um dia para o outro. Em um dia ela pode aceitar determinado alimento e no outro recusá-lo, sendo essa uma atitude que pode causar muita ansiedade na família, mas não deve ser motivo de desespero. Por isso, os alimentos rejeitados devem ser oferecidos por mais de uma vez.


ALIMENTAÇÃO NA ESCOLINHA
Uma forma de incentivar a criança, é que ela ajude na preparação de lanches para levar para a escolinha.
Os lanches devem conter alimentos coloridos e atraentes, frutas frescas, pães, biscoitos, bolos (principalmente aqueles que levam alimentos como: cenoura, laranja, maracujá) torradas, leite, sucos de frutas, vitaminas, etc.
As frutas a serem levadas para a escolinha devem ser aquelas que não se deterioram com facilidade, como por exemplo: banana, maçã, pêra (mais durinha), mexerica. Devem ser utilizadas frutas pequenas ou então metade de frutas maiores, pois a criança não conseguirá comer grandes quantidades.
Optar por sucos, leite, iogurte, achocolatados, vitaminas de caixinha longa vida que podem ficar em temperatura ambiente. Se possível mandar os alimentos em uma lancheira térmica ou verificar a possibilidade de guardar na geladeira da escolinha.


ORIENTAÇÕES PARA A CRIANÇA QUE NÃO QUER COMER:
A criança precisa ter horários pre-determinados para a ingestão de qualquer alimento. É comum os pais darem maior importância para o café da manhã, almoço e jantar, deixando os lanches, biscoitos e as guloseimas sem padrão de horário.




É importante um intervalo entre as refeições de duas a três horas. A criança deve aprender, desde pequena, a comer nos horários determinados pela família, pois assim reforçam os bons hábitos alimentares e a convivência familiar. Uma criança que não tem intervalos razoáveis entre as refeições se adapta a falta de horário, não se alimentando bem no almoço e no jantar.
Não devem ser oferecidos alimentos entre as refeições. Quando a criança recusa a refeição principal, não se deve oferecer outro alimento no lugar. Neste caso, o melhor é aguardar mais meia hora ou uma hora e oferecer novamente a mesma refeição.
Os líquidos devem ser desestimulados entre as refeições (exceto a água). Durante as refeições as bebidas precisam ser controladas, pois a criança troca facilmente a refeição por sucos ou refrigerantes. Os refrigerantes podem ser dados, mas sempre de forma limitada, como nos finais de semana, por exemplo.
Deve ser colocada pouca comida no prato. Pratos grandes, além de não estimular a criança trazem aversão, pois ela já se satisfaz só de olhar. O correto é colocar um pouco de cada preparação no prato, se ao final da refeição a criança pedir mais, deve ser colocado uma porção menor que da primeira vez.
Criança que come biscoitos, sorvetes, doces, salgadinhos ou qualquer outro alimento antes do almoço ou do jantar, rejeitará a refeição e solicitará algo para comer logo depois, estabelecendo assim um ciclo vicioso.
Os pais precisam dar o exemplo de alimentação saudável: as crianças copiam os modelos alimentares dos pais e de pessoas que admiram. Se a família tem bons hábitos, a criança os incorpora com o passar do tempo.
Cabe aos pais a difícil tarefa de conduzir a alimentação dos seus filhos com competência, garantindo a correta nutrição e ajudá-los a criar um sentimento de troca, prazer e convivência que repercutirá para sempre em sua saúde e estilo de vida.
Alimentar uma criança exige paciência e atenção. É muito importante saber dosar a quantidade de permissões e restrições.
É muito importante que os pais ensinem os seus filhos que a refeição, além de ser importante para a saúde, é também sinônimo de alegria e integração.
Uma alimentação equilibrada e adequada fornece à criança suporte para um bom crescimento e desenvolvimento.



Orientações para uma boa alimentação:
Fazer de 5 a 6 refeições por dia ( café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar).
Beber bastante água durante todo o dia (em torno de 1,5/dia).
Evitar alimentos como: chips, doces, refrigerantes.
Consumir leite ou derivados 3x ao dia.
Consumir frutas e verduras pelo menos 4x ao dia.
Atenção! Legumes, verduras e frutas devem ser bem lavados e higienizados.
Não substituir água e sucos por refrigerantes.
Procurar ingerir alimentos de todos os grupos: carboidratos (pão, arroz, bolo, batata), proteínas (carne, leite, ovo), lipídios (margarina, óleo).
Preferir alimentos assados e grelhados em substituição aos alimentos fritos (Não exagerar no óleo adicionado à comida).
Na medida do possível, explique para a criança a função dos alimentos e por que a dieta deve ser tão variada e não conter apenas biscoitos ou chocolates.

SE ALIMENTANDO DE FORMA CORRETA, A CRIANÇA CRESCE E SE DESENVOLVE DE FORMA SAUDÁVEL E AINDA EVITA DOENÇAS TANTO NA INFÂNCIA QUANTO NA VIDA ADULTA.

terça-feira, 5 de julho de 2011

INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS - ALIMENTAÇÃO APÓS SEIS MESES DE VIDA!


Essa é uma fase muito rica de informações e que deve ser levada em grande consideração por parte dos pais, pois nesta fase os hábitos alimentares da criança começam a ser formados e podem ser determinantes para a alimentação futura da criança.

A partir dos seis meses de vida, o leite materno não atende todas as necessidades da criança, necessitando ser complementado.
A alimentação complementar serve para fornecer nutrientes que a criança necessita juntamente com o leite materno. Quando essa complementação não ocorre a criança poderá apresentar deficiências nutricionais, retardo no crescimento, maior risco de infecções, dentre outros agravos.

A alimentação complementar deve se iniciar somente após os seis meses de idade, exceto nos casos de doença ou peso insuficiente.

O leite materno continuará sendo o alimento básico da alimentação da criança. A introdução de alimentos deverá ser lenta, com preparações simples e em pequenas quantidades, deixando a criança comer o que conseguir. Ela não deve ser forçada a comer caso não queira mais.

Cada alimento deve ser introduzido separadamente para verificar se a criança possui alguma alergia alimentar e para que ela se acostume com o sabor e textura de cada alimento.
A alimentação nessa fase deve ser a mais variada possível fazendo com que a criança tenha acesso a todos os nutrientes e formação de bons hábitos alimentares.
No início da introdução alimentar deve-se oferecer somente um alimento novo ao dia, e gradualmente ir oferecendo novos alimentos. Devem ser estabelecidos horários para as refeições e para as mamadas.
A primeira refeição a ser introduzida deve ser a de sal e não a de doce, pois as crianças preferem o sabor adocicado e podem rejeitar as refeições salgadas. Ela deve substituir uma mamada, por exemplo, a do horário do almoço.

Na introdução alimentar é frequente a ocorrência de diarréia. Por isso é importante manter a higiene ao preparar os alimentos, a higiene do local, higiene pessoal e utilizar sempre água filtrada. Não deve ser fornecido alimentos de origem desconhecida (restaurantes, lanchonetes, etc.) e as refeições devem ser preparadas na hora de servir a criança, evitando assim riscos de contaminação e perda de nutrientes.
A criança não deve ser alimentada junto com outras pessoas, pois isso a dispersa. Os pais ou responsáveis devem colocar a criança sentada em um local seguro e em postura reta e administrar a refeição de frente à criança e não com ela no colo.
É importante que a criança comece a pegar os alimentos, mesmo com a mão, pois isso cria independência. Mesmo que isso possa causar muita sujeira.
Devem ser utilizadas colheres e copinhos ao invés da mamadeira, que sejam de plástico para que a criança possa pegá-los e não machucar-se.
O uso da mamadeira desestimula a criança a mamar no peito; incentiva a formação de maus hábitos alimentares; retarda a mastigação; compromete a dentição e pode fazer com que o intestino da criança fique preso por liquidificar as fibras dos alimentos.

Dos 6 aos 8 meses de vida devem ser introduzidos dois a três alimentos por dia; de 9 a 24 meses de vida introduzir três a quatro alimentos por dia. As demais refeições são o leite materno.
Devem ser utilizados cereais como o arroz, e evitar aqueles que contêm glúten, como o trigo, aveia, farelos, estes podem causar intolerâncias na criança e são fatores antinutricionais. Tubérculos como batata, cará e mandioca podem ser utilizados.
Utilizar as leguminosas: feijão (sem casca até os dois anos, pois contém fatores antinutricionais), ervilha e soja;
Carnes: preferir as de boi e aves magras cozidas, pois contêm um menor teor de gordura e evitar o peixe e a carne de porco, pois são alimentos com risco de causar alergias.
Os ovos devem ser evitados inicialmente, pois a clara contém substâncias alergênicas. A gema pode ser introduzida.
As hortaliças são fontes de vitaminas e minerais; devem ser evitadas cruas inicialmente! De preferência devem ser consumidas sem o uso de agrotóxicos - orgânicas!
As frutas são excelentes fontes de vitaminas e minerais, elas devem ser introduzidas inicialmente na forma de suco ou polpa e devem ser utilizadas como complementação de uma refeição, pois fornecem pouca energia. Assim como as hortaliças a preferência deve ser pelas frutas cultivadas sem o uso de agrotóxicos!
Deve ser utilizado o óleo vegetal para preparar as refeições em pequenas quantidades e não devem ser fornecidos: biscoitos industrializados, bombons, margarinas, que possuem gorduras ruins.
A água deve ser oferecida com frequência à criança, somente água filtrada ou fervida; não oferecer chás, cafés, sucos artificiais e refrigerantes, pois estes impedem a absorção de outros nutrientes, contêm altas quantidades de cafeína que é estimulante, muitos conservantes e condimentos e em alguns casos alto valor calórico.
Não ofertar a criança o leite de vaca antes dos dois anos de idade, pois é potencialmente alergênico.
Não oferecer enlatados, embutidos e o mel, são alimentos com grande risco de contaminação.
Açúcares e doces só fornecem calorias vazias e aumentam o risco de cáries.

Inicialmente a criança rejeita os novos alimentos, pois está acostumada com o leite materno, mas isso não significa que ela não gosta daquele alimento. Ele deve ser introduzido diversas vezes até que a criança o aceite. É um período de muita paciência e tolerância dos pais.
À medida que a criança cresce, a consistência dos alimentos deve aumentar gradativamente. No início as refeições são na forma de papinhas, que não devem ser liquidificadas, mas sim bem amassadas e não se devem misturar os alimentos.
Em seguida a papinha deve ser mal amassada, deixando alguns pedacinhos para estimular a mastigação.
Depois não deve ser amassada, mas deve-se picar os alimentos em pedaços maiores, para que a criança mastigue e fortaleça os músculos da face, o que ajudará no processo da fala e mastigação.
Lembrando que a alimentação da criança não deve ser a mesma da família. Deve conter pouquíssima quantidade de sal, óleo, condimentos e alimentos industrializados. Pois os órgãos da criança são ainda imaturos e o excesso desses alimentos poderá sobrecarregá-los.

Abraços e até a próxima!