quinta-feira, 23 de abril de 2020

PERIGOS DO SOBREPESO E DA OBESIDADE



Sobrepeso (excesso de peso) e Obesidade são problemas sérios de saúde pública, tanto em nosso país quanto mundialmente. E conhecer os malefícios deste problema faz com que sejamos mais conscientes da importância de mudar este quadro.
O tecido adiposo é o local onde se armazena a maior parte de gordura em nosso corpo. O problema é quando um indivíduo passa a se alimentar em grandes quantidades e se exercita pouco, esse excesso de gordura começa a ser armazenado em locais onde não deveria, como músculo, fígado, pâncreas, vasos, rins. Esse excesso e esse acúmulo de gordura começa a sofrer oxidação e essa gordura passa a agir de maneira tóxica. Esse tecido adiposo se torna um tecido altamente inflamatório e por anos essa inflamação de baixo grau danifica tecidos e órgãos corporais.
No músculo e fígado o excesso de gordura irá promover resistência à insulina, essa resistência à insulina impede que a glicose (principal fonte energética) exerça seu papel de fornecimento de energia para as células corporais diversas. Ainda no fígado, o excesso de gordura irá sobrecarregar as células beta, responsáveis pela liberação de insulina e essa sobrecarga pode vir a causar morte dessas células. Por esse motivo, o excesso de peso e a obesidade se tornam um dos principais fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2. O que muitos não imaginam é que a genética contribui somente com 25% dos casos de diabetes, os outros 75% são provenientes do estilo de vida moderno, que é baseado no sedentarismo, má alimentação e excesso de consumo calórico, privação de sono, estresse e alterações intestinais.
Nos vasos sanguíneos, o acúmulo de gordura pode causar aterosclerose.......
Nos rins doença renal crônica.

Um dos sinais mais problemáticos ao obeso é quando a glicose começa a se alterar causando hiperglicemia, que é o aumento da glicose circulante. Esse aumento acomete alguns órgãos e tecidos como cérebro (causando perda do gerenciamento de fome e saciedade), músculos (reduzindo captação de glicose), fígado (promovendo resistência à insulina e estimulando este órgão a produzir mais glicose - gliconeogênese), no trato gastrintestinal (reduzindo GLP1 que tem ação nos mecanismos de controle de fome e saciedade).
Esse excesso de glicose circulante promove glicotoxicidade e auxilia na formação de mais gordura corporal. A glicotoxicidade promove maior inflamação e ativação do sistema imunológico com frequência.
A obesidade danifica todo o sistema corporal e ao longo dos anos o corpo se adapta a isso. O problema é quando esses tecidos ou órgãos já não conseguem mais exercer seu papel.
Uma das consequências do excesso de peso é a perda óssea. Com a acidificação sanguínea proveniente do excesso de gordura, o corpo tem que manter o pH do sangue menos ácido e para isso ele retira cálcio do osso, pois assim como outros minerais o cálcio aumenta o pH sanguíneo.
Outra consequência é a sobrecarga da tireoide, quanto mais grave a obesidade, maiores os níveis de TSH e maior a probabilidade de nódulos e crescimento de células tireoideanas.
Mas e o que fazer para sair da condição de sobrepeso ou obesidade?
Medidas simples e contínuas devem ser adotadas.
Inclua a prática de exercícios físicos, seja ele qual for, caminhar, dançar, correr, nadar, pedalar, etc. Procure acompanhamento profissional com educador físico quando possível e seja ativo.
Melhore a qualidade do sono. Um sono ruim aumenta fome, reduz o gasto calórico e promove alterações hormonais no controle de fome e saciedade. Deixe o celular em outro cômodo ao dormir, desligue luzes de aparelhos eletrônicos que estejam no quarto, tome chás de ervas ao entardecer, como melissa, passiflora ou mulungu.
Reduza o estresse. Este promove liberação constante de cortisol, hormônio que elevado cronicamente afeta o sistema imunológico, piora a inflamação. Procure atividades que te relaxe e caso não consiga procure ajuda médica e psicológica.
Em relação a alimentação procure ingerir alimentos integrais e vegetais ricos em fibras como aveia, farinhas integrais, sementes e castanhas, frutas e folhosos, mandioca, batata doce, cará, arroz integral, feijão.
Alimente-se com calma, mastigando devagar e tente sempre reduzir o volume das refeições.
Exclua da sua casa alimentos de baixo valor nutricional e alto valor calórico: temperos industrializados, biscoitos de pacote, biscoitos recheados, carnes processadas, miojo, sanduíches, pizza, refrigerantes, sucos de caixinha ou em pó, óleo, queijos processados como requeijão, mussarela.
Beba bastante água.
O nutricionista é o profissional que poderá te auxiliar em relação à escolhas alimentares e as quantidades de alimentos. Cada indivíduo é único e precisa de cuidados específicos em relação à sua rotina e hábitos de vida, por isso, procure um profissional para te auxiliar nesse processo que é difícil para você, mas pode se tornar fácil com a ajuda certa.



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